Impulsionado por serviços, PIB avança 2,5% no primeiro semestre

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Diante da alta de 1,2% no Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, em relação aos três primeiros meses do ano, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revisou a projeção, para este ano, de alta de 1,8% para 1,9% no PIB. Para os serviços, a projeção é de alta de 2,4% em 2022, no comparativo com 2021, com o consumo das famílias avançando 2,3% em relação ao ano passado.

Segundo a Confederação, o pequeno ajuste na perspectiva de crescimento do PIB deve-se à possível perda de força das medidas de estímulo à economia em decorrência dos efeitos do aperto monetário previstos para o quarto trimestre de 2022 e de uma inflação ainda elevada.

Serviços e comércio

No PIB do segundo trimestre, o setor de serviços apresentou uma boa performance, com crescimento de 1,3% (atrás apenas da indústria, que cresceu 2,2%). No acumulado do ano, a alta dos serviços foi de 4,1%, ante os 2,5% do PIB.

“Indicadores conjunturais desse setor já sinalizavam um maior dinamismo das atividades terciárias que, ao fim de junho, estavam 7% acima do período pré-pandemia”, analisa o presidente da CNC, José Roberto Tadros. Ele observa que o comércio, que também integra o setor terciário no âmbito das contas nacionais, apresentava volume de vendas 2% acima daquele observado em fevereiro de 2020, enquanto o resultado da indústria ainda era 2% negativo. No segundo trimestre, o PIB do comércio subiu 1,7%.

Emprego e consumo

O desempenho do mercado de trabalho formal evidenciou uma discrepância intersetorial. Ao passo que o estoque de trabalhadores celetistas avançou 7,9% nos serviços, na agropecuária e na indústria as taxas foram mais modestas (crescimento de 4,8%, em ambos os casos).

“A aceleração dos serviços perante os demais setores da economia se justifica primeiramente pelo efeito da normalização da circulação de consumidores, alcançada ao fim do segundo trimestre deste ano”, explica o economista da CNC Fabio Bentes. Conforme Bentes, há ainda o comportamento dos preços relativos, pois, ao fim do trimestre, a inflação de serviços acumulada em 12 meses, de 8,7%, ainda estava abaixo do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), cuja alta foi de 11,9%.

Pela ótica da demanda, o consumo das famílias avançou, pelo quarto trimestre consecutivo, na casa dos 2,6%. “Além da continuação dos pagamentos do Auxílio Brasil, o segundo trimestre contou com a disponibilização de recursos provenientes da antecipação do 13º salário de aposentados e pensionistas e liberação de recursos das contas do FGTS”, observa o economista.

Segundo Bentes, com o reforço do Auxílio Brasil, a criação do voucher caminhoneiro, a retomada do valor total do vale-gás e o auxílio pago a taxistas, espera-se que o consumo se mantenha aquecido ao longo do terceiro trimestre de 2022, a partir do processo de desinflação proveniente, sobretudo, dos impactos decorrentes dos cortes do ICMS dos combustíveis. “Contudo, os efeitos do aperto monetário devem estar mais evidentes a partir do quarto trimestre deste ano”, alerta o economista da CNC.

Acesse a análise completa da Divisão de Economia e Inovação (Dein) da CNC

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